Grãos registram mais uma sessão de queda na CBOT nesta quinta-feira
A previsão de uma melhora no clima dos Estados Unidos, trazendo condições mais favoráveis para o desenvolvimento da safra nova do país, pesaram sobre o mercado de grãos na sessão desta quinta-feira (18) na Bolsa de Chicago.
Os preços da soja fecharam o dia com perdas de quase 20 pontos nos vencimentos mais distantes, mesmo com o mercado conseguindo devolver parte das perdas registradas ao longo do dia. Para o milho, as perdas foram menos intensas, de pouco mais de 1 ponto nos principais contratos. O trigo também fechou no vermelho e terminou o dia perdendo 4 pontos nas principais posições.
As especulações sobre o clima nos Estados Unidos tem sido um dos principais fatores de influência para as cotações na Bolsa de Chicago. Porém, a incerteza climática e o impacto que as condições terão sobre o resultado final da nova safra de grãos dos Estados Unidos acabam tirando a direção do negócios.
Até mesmo informações que indicam chuvas para os próximos dias estão divergindo e deixam o mercado "indeciso", como explicou Ênio Fernandes, consultor em agronegócio. "Um determinado modelo aponta chuvas em bons volumes e boa abrangência nessa sexta a noite e sábado de manhã, inclusive na porção mais ao Sul do Meio Oeste, e o outro não. O outro indica chuvas localizadas e em baixo volume. Então, o mercado está indeciso", diz Fernandes.
O consultor acredita que esse cenário de intensa e latente volatilidade deverá ser observado até meados de agosto, ou até que se tenha uma definição mais clara dos rumos da produção norte-americana da temporada 2013/14. "Essas altas e baixas constantes vão acontecer muito e devem se estender até 10 ou 15 de agosto. Até essa data, essas previsões de clima vão fazer o mercado oscilar bastante", afirma.
Para Liones Severo, consultor de mercado do SIMConsult, esse recuo é "normal" do mês de julho, já que o mercado repete alguns movimentos e, nesse caso, repete a movimentação do último dia 12, quando os preços também registraram um recuo.
“O exercício fiscal do ano é divido em 4 trimestres e sempre no início de cada trimestre o mercado é dominado pelos financeiros, que são muito vendedores nesse período, então o mês de julho oferece preços mais deprimidos, assim como janeiro, abril e outubro, que também são meses de início de trimestre”, afirma Severo.
O consultor acredita ainda que logo o mercado voltará a subir dada a escassa oferta mundial, principalmente de soja, frente a uma demanda ainda bastante aquecida, a qual já dá sinais de crescimento. Severo acredita que os preços da soja possam chegar ao patamar dos US$ 15 por bushel e o trigo US$ 9, e que o milho deve acompanhar a tendência de alta mesmo diante das expectativas de uma safra cheia vindo dos Estados Unidos.